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imagem mostra uma doutorando conferindo o pulso de uma paciente

Tipos de câncer de pulmão e avanços no tratamento

O câncer de pulmão é um dos tumores malignos de maior incidência e mortalidade no mundo, afetando milhões de pessoas a cada ano. 

Apesar de historicamente associado ao tabagismo, a doença também pode atingir pessoas que nunca fumaram, ampliando a necessidade de atenção a fatores ambientais, genéticos e ocupacionais.

Embora o diagnóstico precoce ainda represente um desafio, os avanços na área da oncologia vêm transformando o cenário da doença. 

Tecnologias de imagem mais precisas, exames moleculares e o desenvolvimento de medicamentos biotecnológicos têm ampliado as possibilidades de cuidado, com foco em tratamentos mais eficazes, personalizados e menos invasivos.

A seguir, confira os principais aspectos relacionados à doença, com foco, na prática, profissional e no cuidado centrado no paciente.

Tipos de câncer de pulmão

O câncer de pulmão é dividido em dois grandes grupos principais, definidos conforme as características histológicas das células tumorais e seu comportamento clínico: o carcinoma de não pequenas células (CPCNP) e carcinoma de pequenas células (CPCP).

Carcinoma de não pequenas células (CPCNP)

Representa aproximadamente 85% dos casos e tende a evoluir mais lentamente em comparação ao carcinoma de pequenas células. Seus subtipos incluem:

Adenocarcinoma: 

É o subtipo mais prevalente, especialmente em pessoas que nunca fumaram. Tem origem nas células glandulares e costuma se localizar nas áreas periféricas dos pulmões. Em geral, cresce de forma mais lenta, mas pode gerar metástases em fases precoces.

Carcinoma de células escamosas: 

Relacionado com maior frequência ao tabagismo, esse subtipo surge nas vias aéreas centrais e pode causar sintomas respiratórios como tosse e chiado. Tem crescimento moderado e costuma ser diagnosticado em estágios mais avançados.

Carcinoma de grandes células: 

É menos comum, apresenta crescimento rápido e pode afetar qualquer parte do pulmão. Tem alto potencial metastático e, por vezes, diagnóstico mais tardio devido à ausência de sintomas específicos.

Carcinoma de pequenas células (CPCP): 

Mais raro, porém altamente agressivo. Esse tipo responde inicialmente bem à quimioterapia e à radioterapia, mas costuma apresentar recorrência precoce. Devido ao seu crescimento acelerado e à rápida disseminação para outros órgãos, é frequentemente detectado em estágios avançados.

Além dessas classificações principais, os avanços no entendimento genético e molecular dos tumores pulmonares têm possibilitado a identificação de alterações específicas (como mutações nos genes EGFR, ALK, ROS1 e PD-L1 ),  que direcionam o uso de biofármacos no tratamento do câncer e de imunobiológicos, promovendo abordagens mais direcionadas e individualizadas.

Sintomas mais comuns

Os 10 sintomas mais comuns associados ao câncer de pulmão são:

  1. Tosse persistente;
  2. Dor torácica;
  3. Falta de ar (dispneia);
  4. Rouquidão;
  5. Presença de sangue no escarro (hemoptise);
  6. Fadiga excessiva;
  7. Perda de peso não intencional
  8. Infecções respiratórias recorrentes (como pneumonia e bronquite)
  9. Inchaço no rosto ou pescoço
  10. Dores ósseas (em casos avançados com metástase)

Olhando para a tosse persistente, ela é um dos sinais mais frequentes, mas muitas vezes negligenciado por estar associado a quadros benignos, como gripes ou bronquites. Embora menos comum, a hemoptise requer atenção imediata, pois pode indicar lesões em vasos sanguíneos pulmonares.

Sintomas como fadiga e perda de peso são mais inespecíficos, mas quando combinados a outros sinais respiratórios devem motivar investigação diagnóstica. Já a rouquidão e a dor torácica podem ocorrer quando o tumor afeta estruturas próximas as vias aéreas ou à pleura.

Quais são os primeiros sinais do câncer de pulmão?

Os primeiros sinais incluem tosse contínua, rouquidão e falta de ar leve, que podem se intensificar com o tempo.

Esses sintomas iniciais costumam ser sutis e, por isso, muitas vezes não motivam uma investigação imediata. O diagnóstico precoce depende de atenção clínica e rastreio direcionado em pessoas com histórico de tabagismo ou exposição a fatores ambientais de risco. 

Alterações progressivas na função respiratória, mesmo que leves, devem ser valorizadas em exames de rotina.

Grupos de risco para o câncer de pulmão

Embora qualquer pessoa possa desenvolver câncer de pulmão, alguns grupos apresentam maior predisposição e merecem atenção especial na triagem e monitoramento clínico:

  • Tabagistas ativos e ex-fumantes.
  • Pessoas expostas ao fumo passivo;
  • Indivíduos com histórico familiar de câncer de pulmão;
  • Trabalhadores expostos a agentes químicos e poluentes;
  • Pessoas com doenças pulmonares crônicas;

O tabagismo é o principal fator de risco. Quanto maior for o tempo e a quantidade de exposição ao cigarro, maior o risco. Nesse mesmo sentido, a convivência prolongada com fumantes pode aumentar significativamente o risco da doença.

Também existe a predisposição genética, que influencia a suscetibilidade ao desenvolvimento de neoplasias pulmonares. Condições como DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica) e fibrose pulmonar estão associadas a um risco aumentado.

Além desses fatores, o envelhecimento também contribui para a elevação do risco, já que a maioria dos diagnósticos ocorre em pessoas com mais de 60 anos. 

Reconhecer esses grupos permite implementar estratégias preventivas, oferecer orientação personalizada e, sempre que necessário, indicar exames de rastreamento com base no histórico individual de exposição e sintomas.

Como é feito o diagnóstico do câncer de pulmão

Para iniciar o diagnóstico, é importante seguir um protocolo que inclua:

  • Radiografia ou tomografia de tórax;
  • Broncoscopia com biópsia;
  • Punção pulmonar guiada por imagem;
  • Exames laboratoriais e moleculares.

Confirmar o diagnóstico depende da combinação entre exames de imagem e análise histológica do tecido. A tomografia de tórax é uma ferramenta importante na detecção inicial, enquanto a biópsia define o tipo de tumor e seu grau de diferenciação.

Em muitos casos, testes moleculares são utilizados para identificar mutações genéticas que auxiliam na definição de terapias-alvo. 

Tratamentos atuais para câncer de pulmão

Os principais tratamentos incluem cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapias-alvo e imunoterapia.

A escolha do tratamento depende do tipo histológico do tumor, estágio da doença, estado geral do paciente e presença de biomarcadores. Casos iniciais podem ser tratados com cirurgia seguida de radioterapia. 

Já estágios mais avançados requerem abordagens combinadas, como quimioterapia associada à imunoterapia ou terapias-alvo.

O tempo de tratamento varia conforme a resposta clínica e o protocolo adotado. A personalização da conduta é uma das principais tendências atuais, visando maior eficácia e menor toxicidade.

Qual a chance de sobreviver a um câncer de pulmão?

A taxa de sobrevida varia conforme o estágio da doença, o tipo de tumor e as opções terapêuticas disponíveis.

Em estágios iniciais de câncer de pulmão (NSCLC), a sobrevida em cinco anos pode ultrapassar 60–67%, especialmente quando o tumor é ressecável. 

Já em casos avançados/metastáticos, a taxa cai para cerca de 9–12%, embora tenha melhorado com os avanços terapêuticos recentes. O prognóstico também depende da presença de comorbidades, da resposta ao tratamento e do acesso a terapias inovadoras.

Quantos anos vive uma pessoa com câncer no pulmão?

A expectativa de vida varia amplamente e está ligada ao estágio do diagnóstico, tipo de câncer e resposta ao tratamento.

Em casos de câncer de pulmão localizado, a média de sobrevida pode ser superior a cinco anos. Para doenças metastáticas, os dados variam, mas novas terapias têm permitido aumento significativo na longevidade, com qualidade de vida.

Essas informações devem ser individualizadas, considerando sempre o contexto clínico e emocional do paciente. 

A decisão de compartilhar ou não o prognóstico deve ser tomada em conjunto com a equipe médica e a família, respeitando os princípios da medicina humanizada.

Prevenção do câncer de pulmão

A prevenção envolve medidas individuais e coletivas, com foco na redução da exposição a fatores de risco. Entre as 4 principais estratégias estão:

  1. Abandono do tabagismo e programas de cessação do fumo, caso se aplique ao paciente;
  2. Controle da exposição ocupacional a substâncias tóxicas;
  3. Redução da poluição ambiental, dentro das possibilidades e realidade de cada paciente, podendo passar por adaptações (uso de máscaras e filtros de ar, por exemplo);
  4. Incentivo ao diagnóstico precoce em grupos de risco.

O papel dos medicamentos biotecnológicos

Os medicamentos biotecnológicos representam uma evolução importante no tratamento do câncer de pulmão.

Esses fármacos atuam de forma específica em alvos moleculares presentes nas células tumorais, reduzindo os efeitos adversos e aumentando a eficácia terapêutica. Estão indicados, principalmente, para pacientes com alterações genéticas identificadas em exames moleculares.

A aplicação desses medicamentos exige infraestrutura adequada, equipe especializada e acompanhamento contínuo, reforçando a importância da integração entre inovação científica e cuidado clínico de excelência.

Inovação e pesquisa científica no tratamento do câncer de pulmão

O avanço da ciência tem possibilitado tratamentos cada vez mais personalizados e eficazes para o câncer de pulmão.

Enquanto isso, a pesquisa oncológica investe em novas moléculas, mecanismos de ação e protocolos terapêuticos. A imunoterapia e os biofármacos também ampliaram significativamente as possibilidades de cuidado, transformando a realidade de muitos pacientes.

A Bionovis é uma empresa de biotecnologia farmacêutica no Brasil que reafirma seu compromisso com a inovação e o acesso à saúde de qualidade. 

Por meio de parcerias estratégicas e desenvolvimento nacional, a empresa colabora com soluções de alta complexidade para a saúde pública. Conheça mais sobre nosso trabalho e iniciativas acessando o site oficial.

Referências:

BASUMALLIK, Neil; AGARWAL, Manuj. Small Cell Lung Cancer. [S.l.]: StatPearls Publishing, 2023. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK482458/. Acesso em: 22 jul. 2025.

AMERICAN CANCER SOCIETY. 5-Year Survival Rates for Lung Cancer. [S.l.]: American Cancer Society, [s.d.]. Disponível em: https://www.cancer.org/cancer/types/lung-cancer/detection-diagnosis-staging/survival-rates.html. Acesso em: 22 jul. 2025.ELDRIDGE, Lynne. Stage 4 Lung Cancer Life Expectancy. [S.l.]: Verywell Health, 2025. Disponível em: https://www.verywellhealth.com/what-is-stage-4-lung-cancer-life-expectancy-2249420. Acesso em: 22 jul. 2025.

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